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quinta-feira, 21 de março de 2013

M.C.do Porto encanta mototuristas

Mototurismo de excelência pelo Douro Vinhateiro e terras de Sabrosa




Com forte apoio da Câmara Municipal de Sabrosa, através do entusiasta e participante presidente da autarquia, Dr José Marques, o qual para qualquer pedido da organização, a resposta era sempre a mesma “não se preocupe”, foi contributo decisivo para tornar este passeio mototurístico, num dos melhores de sempre do M.C.do Porto mas também do Troféu de Moto-ralis Turísticos da FMP.

Tudo isto graças à abertura e apoio de toda uma região ao mototurismo, desde a Câmara Municipal de Sabrosa à Associação Douro XXI, Associação Douro Histórico e a muitas outras entidades e pessoas.

Vamos lá então saber como decorreram estes dias no Berço de Magalhães e Torga.
Sabrosa, berço de Magalhães, Torga e Mototurismo

Na 6ª feira, 15, já Sabrosa bulia com as motos a estacionarem diante do Hotel Solar dos Canavarros, bonita unidade hoteleira que constituiu o quartel-general do evento. Toda a caravana aqui pernoitou, fez duas refeições, provou o azeite Lagar da Sancha e serviu de palco à irreverente actuação teatral do Grupo Filandorra.

Nessa mesma 6ª feira à noite, a “desorganização” do MC Porto despachou quase metade do secretariado aos mototuristas já presentes.




No sábado de manhã o rebuliço passou para diante dos Paços do Concelho. Fernão de Magalhães e sua esposa, D. Beatriz, em pessoa, receberam os convidados oriundos de longínquas paragens.





Estes, tomaram o aperitivo no Posto de Turismo de Sabrosa, receberam road-books a cores, documentação diversa, muitas fotos e perguntas e, receberam a partida, minuto a minuto, do Grande Navegador, Fernão de Magalhães, aquele que é o maior ícone português no Mundo.

Sim! Quem é o Português que tem o seu nome numa cratera na Lua? E o seu nome nas duas galáxias mais próximas da terra? E o seu nome num estreito mágico no sul da América? E como se chamava a sonda que atingiu Vénus?

Vasco da Gama? Camões? Afonso Henriques? Pedro Álvares Cabral? Mourinho? Cristiano Ronaldo?

Nada disso. Magalhães, Fernão de Magalhães!Mais. Foi Magalhães que batizou o Oceano Pacífico! E a Patagónia e muitas ilhas deste planeta. Uma conceituada marca de GPS chama-se Magellan (Magalhães) e foi na chilena Rádio Magallanes que Salvador Allende fez o seu último discurso, em 73, só para citar alguns exemplos da força planetária do nome deste sabrosense.




Milionários por um dia

Foi sob a sua áurea e a do grande escritor Miguel Torga, outro grande vulto deste concelho que as motos começaram a descer ao Douro pela sinuosa, rica e panorâmica N 322-2.





Deliciados, os participantes pararam finalmente no Alto Douro Vinhateiro e já junto às águas do rio, no cais do Ferrão, local onde muita pipa se carregou e descarregou para barcos rabelos. E os motociclistas tiveram de fazer isso mesmo, rolar pipas com cuidado para estas não caírem às águas do Douro.







Aquecimento feito em ambiente divertido e toca de subir as encostas pelas curvinhas que nos levaram à Quinta Nova da Nª Sra do Carmo.

Um mimo de requinte, os jardins que receberam a comitiva. Adaptada para hotel rural de muitíssimo bom gosto, a Quinta Nova ofereceu uma prova de vinhos que caiu muito bem no seio dos mototuristas. O road-book dava meia-hora para gozar o local, fabuloso sobre o Douro.

Quase em silêncio para não perturbar o ambiente, degustou-se o vinho e o ar que se respirava, o clima mágico de tal sítio.




E já que se fala em clima, um Bem-Haja a S. Pedro que entendeu ser pecado arruinar semelhante programa com arreliadoras chuvas. O tempo manteve-se seco nos dois dias, principalmente no sábado, o dia da etapa-rainha – melhor, etapa-imperatriz – deste passeio.

Paraíso terrestre

Ainda deslumbrados pelo charme da Quinta Nova, as motos entraram noutro espaço poucos quilómetros adiante que voltou a abrir bocas e a arrastar queixos: a Quinta do Crasto, também alcandorada sob as águas calmas do Douro.


Os 130 hectares desta antiquíssima quinta produzem dos melhores néctares da região e do país. E por não estar aberta ao turismo, mais se realça o abrir dos portões às motos, que alinharam junto à adega onde o almoço seria servido. Mas antes, leves e sem capacetes, os privilegiados participantes deste evento foram convidados a subir à piscina desenhada por Souto Moura e a provar os vinhos, na companhia do próprio proprietário Dr. Jorge Roquette e seus convidados Dr. Agrelos, da Quinta do Espinhal, e um simpático grupo de finlandeses.









Não é fácil descrever tal espaço, rodeado da vegetação natural, sem relvados mas sim dos arbustos e árvores da região, como que camuflados num paraíso onde nos sentimos muito, muito bem.


Maravilhados, todos desceram então à adega e lagar onde o almoço seria servido num ambiente que abre o apetite a qualquer um. Havia mesas postas dentro dos lagares, por onde se entrava subindo e descendo escadinhas de madeira! O ambiente era de festa, de saborear o momento, de gozar cada minuto.






Ah, a comida? A condizer e saborosa! Era o prato de massa com carne, calórica e que servem aos trabalhadores das vindimas. Até a sopa arrebitava quem a comia!

Visita brasonada

Saciados, consolados, refastelados, os mototuristas fizeram-se de novo ao asfalto. Rolaram por Chanceleiros e pararam em Covas do Douro. Com a cafezada tomada, a comitiva desceu ao Pinhão e subiu a entusiasmante N323, estrada desenhada por engenheiro motociclista, de certeza. Que ricas curvas, ao longo do vale do Rio Pinhão, até Provesende.
















Provesende que é talvez, a povoação com maior densidade de casas senhoriais brasonadas de Portugal. 11 (!) numa pequena aldeia. Aldeia que se torna assim “apalaçada” e cheia de encanto. Com as motos a adornar o pelourinho, esse monumento nacional que esteve inclinado mais de 200 anos após o terramoto de 1755, os participantes tinham nova prova à espera. Uma luta contra o relógio e de cesto de vindimas à cabeça.

Mostrando serem de raça, ninguém virou a cara à luta e alguns quase davam com os calcanhares no rabo, ameaçando deixar cair o pesado cesto (carregado com uns 20 kg de areia) sobre as motos na berma da “pista”. De 23 a 40 segundos, houve tempos para tudo.







A metade mais rápida passou a zero e os 30 corredores mais lentos penalizaram com 8 pontos. O Zé Valença ajudava à festa. Obrigava a mais voltas ao pelourinho, entrou por restaurantes dentro de cesta às costas, pintou a manta. A Rita e Susana mostraram serem mulheres rijas, para além de bonitas. Carregaram e correram com mais destreza que muito homem.

Ora correr tanto dá sede. Primeiro de cultura. Visitou-se os principais pontos de interesse de Provesende, como a padaria, a igreja, a casa do Dr. Joaquim Pereira – esse salvador do Douro da filoxera - e o café Arado, sempre ciceronizados pela simpática população de onde despontava o Presidente da Junta de Freguesia, Sr. Luís Fernandes.






Cortiça por fora, moscatel por dentro

E depois, a sede era de vinho mesmo. Onde? Na Quinta do Portal, a terceira a abrir portas aos motociclistas.


Após a passagem pelas unidades de turismo da Casa das Pipas e Casa do Lagar, a comitiva tinha pela frente uma prova de vinhos… cega.











De venda, os nossos participantes tinham de saber distinguir um moscatel de um porto. Ora a Quinta do Portal produz vinhos de excelente qualidade e os seus moscateis são doces como os portos. Metade falhou redondamente!






Estávamos já a chegar a Sabrosa, após a passagem pela trabalhada Capela de S. Francisco, em Celeirós.



A entrada em Sabrosa foi idêntica à do último Lés-a-Lés, de forma a chegar-se junto à casa onde Fernão de Magalhães nasceu em 1480.





A etapa estava cumprida e o Hotel aguardava a comitiva. O Morgado promoveu o seu azeite e os mototuristas sentaram-se à mesa. A jantarada lá decorreu, com brindes e galhofa.


À sobremesa, Fernão de Magalhães puxou dos papéis e anunciou os vencedores de sábado: todos. Com um programa daqueles… Quem destoou foi o Augusto, organizador do MR de Guimarães, que deu-lhe para ser certinho e por isso recebeu um bonito livro de Sabrosa e o lenço amarelo, guia da classificação geral, à moda do ciclismo.








Virgens, queimada e o Peter Frampton da concertina

E sem deixar pousar o microfone, entrou em cena o Grupo de Teatro Filandorra com uma actuação desconcertante inserindo motos, capacetes e o motociclismo num ode à fertilidade e à queimada, essa bebida mágica da Galiza que faz levantar um… morto.









Foi o engraçado mote para a aparição de um quarteto de concertinas que, alto lá, não eram tocadores quaisquer, principalmente o “chefe da banda” que fazia o que queria do instrumento musical.


Tema após tema, foi aquecendo e começou a subir para cima das mesas, a rodopiar como um pião, a saltar como um ginasta e a tocar como um virtuoso.

Pasme-se, entre acordes acelerados e de músicas recentes e na moda, fez o pino, rastejou, tocou de costas, com a concertina na cabeça…

Saiu em ombros e com ovação de pé!






Domingo para Torga

O domingo amanheceu como o sábado, cinzento e ameaçador, com a estrada molhada.

Mas uma vez mais, o tempo abriu e secou. Neste dia não fazia muita diferença.




A 2ª etapa tinha como nome “A Sabrosa Granítica, Farol de Torga“ ou seja, era direccionada a norte, completamente diferente da região vinhateira.






Parada de Pinhão recebeu a primeira paragem, logo pelas 9.20h da manhã.


O Dr. João Teixeira, Presidente da Câmara de Murça, abriu as portas da sua Casa do Adro, bonito Turismo Rural no meio da aldeia, para um aperitivo no alpendre junto à piscina. Que bom.




E a cultura veio a seguir, com filme e visita no museu dedicado ao escritor Aires Torres, homem que tanto lutou contra a ditadura e nascido em Parada.





Paradas é que as motos não ficaram muito tempo, pois rolaram até às margens do Rio Pinhão, para se deterem nos moinhos do Sr. Artur que, generoso como sempre, acomodou estômagos a todos neste moto-rali de autêntica engorda!








O road-book apontava agora a Garganta onde o Sérgio colocava à prova a perícia dos condutores numa curta corrida dos lentos.









E continuando pelos frios e duros cabeços rochosos tão bem descritos por Camilo Castelo Branco com um só frase “esta região é um paraíso terreal onde os lobos passam pelas pessoas e as pessoas passam pelos lobos como nós passamos pelos cãezinhos de regaço” chegamos ao santuário de Nª Sra da Azinheira, local que Miguel Torga considerava ser o seu farol. Recordando a infância do escritor e poeta várias vezes indicado para Prémio Nobel, o MC Porto montou aí o jogo da cobra, patifaria que fez andar homens feitos e pais de família aos trambolhões e uns por cima dos outros, numa maluqueira que divertiu quem participou e quem assistiu.





Estávamos em S. Martinho de Anta, terra de Torga. O passeio terminava e as quase 70 motos concentraram-se diante da câmara, uma vez mais.

Emoção à despedida

Chegou o momento da foto de família, divertida e refrescada pela água do lago.





A pé, a comitiva foi almoçar ao hotel, em rápido buffet. Num ápice já o Grande Navegador, acompanhado da sua tripulação de 11 marinheiros e marinheiras da desorganização (que estiveram muito bem) recitava classificações e fazia agradecimentos. As lembranças espalhavam-se por todas as mesas, desde garrafinhas de azeite Lagar da Sancha a BD sobre a história do Douro e o interesse da plateia convidava a umas palavras especiais ao Dr. José Marques, Presidente da Câmara de Sabrosa, pelo gosto que teve em idealizar o passeio, promover a região e receber a centena de visitantes.

Visivelmente emocionado, recebeu uma lembrança do MC Porto e convidou ao regresso!






E foi o Dr. José Marques que entregou os prémios aos mais regulares.

João Krull e Carla do MC Albufeira em terceiros, Augusto Ribeiro e Paula dos Conquistadores de Guimarães em segundos e os crónicos vencedores, Fernando e Carla Silva em primeiros, estes a arrebatarem os lenços amarelos.


Com um bonito e bem declamado poema ao vinho, o Fernando Silva encerrou o evento em beleza.


(Texto adaptado e completo no site do M.C.do Porto)

A 3ª jornada do Troféu de Moto-ralis Turísticos Michelin/BMW da FMP é já nos próximos dias 13 e 14 de Abril, com o Moto Clube de Albufeira a ser o clube anfitrião de mais uma passeata mototurística.

Álbum de fotos

Foi mais um excelente passeio e fim-de-semana na companhia de bons amigos, à descoberta deste nosso admirável país.

A equipa "desorganizadora" do Moto Clube do Porto está de parabéns, por nos ter proporcionado todos estes bons momentos mototurísticos.

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